SEM REDE
de Cristina Mateus, Fernando José Pereira e Miguel Leal
no Museu Nogueira da Silva Galeria da Universidade (UM), em Braga
de Cristina Mateus, Fernando José Pereira e Miguel Leal
no Museu Nogueira da Silva Galeria da Universidade (UM), em Braga
Inaugura dia 9 de Novembro de 2007 às 21 horas
Até 30 de Novembro de 2007
Museu Nogueira da Silva/Universidade do Minho
Av. Central, 61
4710-228 Braga Portugal
http://www.uminho.pt/
informações
sec@mnsuminho.pt
+351 253601275
***********
SEM REDE
A ideia de rede, nos nossos dias, é inseparável da noção de comunicação. Ter rede, em todo o lado, da forma mais alargada, é uma das mais fortes utopias contemporâneas. É mesmo a nova obsessão. Estar na rede é estar ligado, estar in. Fora dela, resta a exclusão que nos coloca out. A rede apresenta-se como paradigma para toda a envolvência social, cultural ou artística. Parece pois impossível não estar ligado ou, pelo menos, tentar escolher outras perspectivas, menos formatadas, das ligações que as redes proporcionam.
Contudo, a ideia de rede, felizmente, não se esgota nessa única possibilidade de interpretação. Como em tantos outros casos, também esta é uma palavra que aparece frequentemente esvaziada de sentido e o seu significado reduzido de modo simplista, numa dessas operações implosivas que condenam a língua a uma morte por asfixia. Devemos procurar escapar a esse fatalismo da subtracção do sentido e recordar que a multiplicidade semântica da rede é muito mais ampla. Foi aí que sempre quisemos estar, numa zona aberta à pluralidade significacional, sem fobias, muito contemporâneas, de encaminhamento unidireccional.
Sem rede apresenta-se, então, como uma espécie de jogo com a essência experimental das coisas. Nasce como um projecto sem um programa rígido e enfrentando o desafio de experimentar não apenas com o espaço, as circunstâncias particulares da exposição ou o trabalho de cada um de nós, mas sobretudo com a própria ideia de um encontro que sendo inevitável é também imprevisível. Trata-se de jogar com as ideias de imprevisibilidade e de risco, buscando o puro gozo de arriscar sem rede.
Parecendo ser paradoxal, olhando para os nossos percursos, na realidade nunca nos sentimos minimamente deslumbrados com a ideia de novidade ou com essas outras ligações comunicacionais, antes com a noção de risco. Foi esta noção de risco que nos levou até à rede, e é também ela que nos permite escolher estar fora da rede, mantendo assim o (des)equilíbrio necessário. A questão não será tanto a de estar in ou out, na rede ou fora dela, mas sim a de saber ligar e desligar, mantendo a potência absoluta da escolha e o risco da experimentação.
Na verdade, somos uma espécie de funâmbulos, sem rede.
Cristina Mateus, Fernando José Pereira, Miguel Leal
Av. Central, 61
4710-228 Braga Portugal
http://www.uminho.pt/
informações
sec@mnsuminho.pt
+351 253601275
***********
SEM REDE
A ideia de rede, nos nossos dias, é inseparável da noção de comunicação. Ter rede, em todo o lado, da forma mais alargada, é uma das mais fortes utopias contemporâneas. É mesmo a nova obsessão. Estar na rede é estar ligado, estar in. Fora dela, resta a exclusão que nos coloca out. A rede apresenta-se como paradigma para toda a envolvência social, cultural ou artística. Parece pois impossível não estar ligado ou, pelo menos, tentar escolher outras perspectivas, menos formatadas, das ligações que as redes proporcionam.
Contudo, a ideia de rede, felizmente, não se esgota nessa única possibilidade de interpretação. Como em tantos outros casos, também esta é uma palavra que aparece frequentemente esvaziada de sentido e o seu significado reduzido de modo simplista, numa dessas operações implosivas que condenam a língua a uma morte por asfixia. Devemos procurar escapar a esse fatalismo da subtracção do sentido e recordar que a multiplicidade semântica da rede é muito mais ampla. Foi aí que sempre quisemos estar, numa zona aberta à pluralidade significacional, sem fobias, muito contemporâneas, de encaminhamento unidireccional.
Sem rede apresenta-se, então, como uma espécie de jogo com a essência experimental das coisas. Nasce como um projecto sem um programa rígido e enfrentando o desafio de experimentar não apenas com o espaço, as circunstâncias particulares da exposição ou o trabalho de cada um de nós, mas sobretudo com a própria ideia de um encontro que sendo inevitável é também imprevisível. Trata-se de jogar com as ideias de imprevisibilidade e de risco, buscando o puro gozo de arriscar sem rede.
Parecendo ser paradoxal, olhando para os nossos percursos, na realidade nunca nos sentimos minimamente deslumbrados com a ideia de novidade ou com essas outras ligações comunicacionais, antes com a noção de risco. Foi esta noção de risco que nos levou até à rede, e é também ela que nos permite escolher estar fora da rede, mantendo assim o (des)equilíbrio necessário. A questão não será tanto a de estar in ou out, na rede ou fora dela, mas sim a de saber ligar e desligar, mantendo a potência absoluta da escolha e o risco da experimentação.
Na verdade, somos uma espécie de funâmbulos, sem rede.
Cristina Mateus, Fernando José Pereira, Miguel Leal
Sem comentários:
Enviar um comentário