24/02/14

'A Vida no Céu' :: Arco8

Com base no excerto do texto de José Eduardo Agualusa, no qual o autor perspectiva o que seria o futuro da Humanidade depois de um Dilúvio, pede-se aos alunos a tradução espacial desta nova cartografia sugerida pelo autor, suspensa no céu sobre uma imensidão de mar.
 
DEPOIS QUE O MUNDO ACABOU FOMOS PARA O CÉU.
O grande desastre – o Dilúvio – aconteceu há mais de trinta anos. O mar cresceu e engoliu a terra.
A temperatura à superfície tornou-se intolerável. Em poucos meses fabricaram-se centenas de enormes dirigíveis. Entre os maiores estão o Xangai, com cinquenta mil habitantes, e o New York, o São Paulo e Tokio, cada qual com vinte mil. As famílias mais pobres, sem meios para comprar apartamentos nessas cidades flutuantes, construíram balões, a que chamam balsas, muitos deles rudimentares.

Os balseiros arquitectaram aldeias suspensas, ligando os balões uns aos outros através de redes de cabos fosforescentes, que brilham à noite, e de intrincadas pontes de cordas.
Os países desapareceram, mas as cidades continuam a existir. O que se passa é que agora viajam. A toponímia tornou-se móvel."

José Eduardo Agualusa, "A vida no Céu", 2013
O trabalho foi realizado por alunos do 1º ano do Curso de Arquitectura da Universidade dos Açores, no âmbito da Disciplina de Arquitectura I sob orientação da Docente Arqtª Joana Guarda.

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