15/09/11

Exposição “A outra vida da folha do eucalipto” - Maxim Pavlov

A Academia das Artes dos Açores acolhe a partir da próxima sexta-feira, 16 de Setembro, na sala de exposições Luísa Constantina, uma mostra de trabalhos da autoria de Maxim Pavlvov. Mais que a definição da técnica produtiva do artista russo imigrado nos Açores, sendo se de artesanato ou se artes plásticas se trata, interessou à Academia das Artes dos Açores dar o real cunho que presidiu à sua criação, isto no já tão distante ano de 1980: ser um espaço de criação e de amostragem de qualidades, de técnicas e de coragem daqueles que fazem das artes e de um talento pessoal a sua linguagem de eleição.

Assim acontece com a exposição de trabalhos de Maxim Pavlov intitulada “A outra vida da folha do eucalipto” que a referida associação cultural resolveu acolher e promover. Para tal, duas razões o motivaram: o autor, um imigrante, um ser errante em busca de novas oportunidades de vida que viu em São Miguel um paraíso natural na terra e a qualidade do seu trabalho, que se destaca pelas técnicas a que recorre. Na Academia das Artes, Maxim Pavlov expõe 25 trabalhos, cuja ficha técnica tem um denominador comum: a folha de eucalipto. Não se fala pois de acrílico ou óleo sobre tela mas de reproduções como que tridimensionais de obras famosas, como de Van Gogh, Vermeer e Monet, ou de espaços ainda reais, como a Fábrica de Chá da Gorreana ou de ícones da memória presente como sejam a imagem do Sr. Santo Cristo dos Milagres. Vale o trabalho de Pavlov pela ousadia, mas sobretudo pala qualidade que consegue imprimir em materiais tão impensáveis, como seja, admita-se, a referida folha de eucalipto. Nem que seja pela curiosidade, vale a pena consumir uma mão cheia de minutos e ver e tocar num trabalho deveras “diferente”. A exposição estará patente até 21 de Outubro.

Maxim Pavlov nasceu em 1970 na União Soviética, mais precisamente na cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, península de Kamchatka. Entre os 13 e os 17 anos estudou Artes Plásticas na sua cidade natal, seguindo depois uma formação particular em Thsoruga, no Japão. Em 2000 imigra para Portugal, estabelecendo-se em Vila Nova de Gaia, onde começa a trabalhar na folha de eucalipto. A partir de 2006 começa a expor regularmente em Portugal, mas do seu currículo constam igualmente apresentações em Espanha (Barcelona) e Moscovo, Em 2010 recebeu o prémio de Melhor Artista Plástico, concedido pela cidade de Kaluga (Rússia). Em Maio de 2011 deixa definitivamente a Rússia, estabelecendo-se em São Miguel em Junho deste mesmo ano “para poder começar uma nova vida pessoal e artística”, como assume o próprio.


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