Dia: 7 Outubro
18h30 - Exibição do Filme
20h - Inauguração da Exposição
Local: Galeria Fonseca Macedo
“English as she is spoke” consiste num projecto desenvolvido por João Pedro Vale especificamente para a Galeria Fonseca Macedo nos Açores, composta por um filme e um conjunto de esculturas e desenhos.
O filme (cor+som) com a duração de 42 minutos é apresentado numa projecção e complementado por um conjunto de esculturas e desenhos utilizados para a elaboração do filme ou desenvolvidos posteriormente, tendo o filme como ponto de partida.
O projecto parte de "ENGLISH AS SHE IS SPOKE – O Novo Guia da Conversação em Portuguez e Inglez, em Duas Partes " (correctamente dir‐se‐ia English as it is spoken ), título de um guia de conversação português‐inglês publicado em 1855 por Pedro Carolino e José da Fonseca (1788‐1866), que devido aos seus erros é considerado um dos grandes clássicos do humor não‐intencional, uma vez que nenhum dos autores sabia falar inglês.
Partindo da estrutura do livro, nomeadamente de excertos que reproduzem conversastipo, foram criadas novas situações para a realização de um filme, utilizando como referência, a série “Follow Me” da BBC Learning Television, popularizada em Portugal durante os anos 80. O filme, que parece à primeira vista ser um episódio de um curso de inglês, acaba por desvendar a história de um repatriado dos Estados Unidos/Canadá que na realidade tenta aprender português.
Seguindo uma estrutura de sketches, característica tanto do programa da BBC como da revista à portuguesa, o filme apresenta‐se como uma espécie de peça de teatro filmada em directo. Não sendo aqui indiferente alguns vídeos disponíveis na internet, onde filhos de imigrantes portugueses na América mimetizam conversas reais ou fictícias em português, como exercícios para as aulas de português que frequentam. Apesar da tentativa de preservar a cultura de origem, aquilo a que se assiste, são clichés sobre uma certa ideia de Portugal desfasada no tempo, mas que no entanto, foi a razão principal pela qual a geração anterior a eles emigrou.
O texto do filme é escrito para dois actores, um português e um estrangeiro. Aquilo que parece um diálogo, é afinal um jogo de réplicas em português‐inglês, sendo que o português é uma tradução directa do inglês e vice‐versa, seguindo a metodologia que presidiu ao livro “English as she is spoke”. Mais do que contar a história do repatriado, o filme pretende retratar um processo de tradução/aculturação forçada a uma suposta pertença meramente burocrática. Como elementos importantes temos aqui a língua e as memórias do repatriado daquilo que para ele pode significar ser português.
O cenário do filme consiste numa cela de rede e num conjunto de desenhos a giz sobre tinta de ardósia, uma referência aos antigos quadros de escola e aos telões utilizados nos cenários de cinema ou do teatro de revista. Estes desenhos servem para a criação de diferentes cenários, transportando os actores para diferentes situações espaciotemporais consoante os diálogos e situações sugeridos no texto.
O cenário do filme consiste numa cela de rede e num conjunto de desenhos a giz sobre tinta de ardósia, uma referência aos antigos quadros de escola e aos telões utilizados nos cenários de cinema ou do teatro de revista. Estes desenhos servem para a criação de diferentes cenários, transportando os actores para diferentes situações espaciotemporais consoante os diálogos e situações sugeridos no texto.
Sinopse do filme:
John nasceu nos Açores. Com 9 anos de idade emigrou com os pais para Newark (EUA) de onde nunca mais voltaram. Como os pais não sabiam ler nem escrever, foi o pequeno John que preencheu todos os papéis relativos ao processo de emigração. John cresceu com a cultura americana tendo como única referência à cultura da sua terra natal algumas canções que a mãe, uma fadista frustrada, costumava cantar em casa e uma vaga ideia de uma infância passadas nos Açores. O pai sempre foi a figura dominante da família, proibindo primeiro a mulher, depois o filho de seguir uma carreira musical. John não sabe falar português porque o pai, a partir do momento que emigrou para os EUA, sempre proibiu a família de falar português em casa como forma de se sentir mais americano. No entanto este fulgor patriótico leva a que se crie entre eles uma língua estranha, uma vez que vivem demasiado fechados na comunidade portuguesa e os pais nunca tiveram aulas de inglês.
John nasceu nos Açores. Com 9 anos de idade emigrou com os pais para Newark (EUA) de onde nunca mais voltaram. Como os pais não sabiam ler nem escrever, foi o pequeno John que preencheu todos os papéis relativos ao processo de emigração. John cresceu com a cultura americana tendo como única referência à cultura da sua terra natal algumas canções que a mãe, uma fadista frustrada, costumava cantar em casa e uma vaga ideia de uma infância passadas nos Açores. O pai sempre foi a figura dominante da família, proibindo primeiro a mulher, depois o filho de seguir uma carreira musical. John não sabe falar português porque o pai, a partir do momento que emigrou para os EUA, sempre proibiu a família de falar português em casa como forma de se sentir mais americano. No entanto este fulgor patriótico leva a que se crie entre eles uma língua estranha, uma vez que vivem demasiado fechados na comunidade portuguesa e os pais nunca tiveram aulas de inglês.
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